Inscrições para o Festival Universitário da Canção se encerram dia 4 de novembro

Postado por: BIANCA TOBIN

As inscrições para apresentações de canções no Festival Universitário da Canção (FUC) se encerram no dia 4 de novembro e são realizadas pelo site. O FUC  tem como objetivo ampliar a expressão musical e revelar novos talentos musicais por meio da integração entre a comunidade universitária e a sociedade em geral, em comemoração aos 50 anos do Teatro Glauce Rocha.

O retorno do festival objetiva estimular e revelar jovens talentos compositores no Estado de Mato Grosso do Sul, divulgar a poesia sul-mato-grossense no meio musical e acadêmico brasileiro, incentivar novas canções e poesias. Além disso, irá selecionar 16 canções para apresentação pública no canal da TV UFMS.

“O retorno do FUC é de grande importância, pois é uma das poucas oportunidades de ter um espaço onde a exposição de novas músicas e canções podem ser apresentadas. Uma memória que tenho das edições passadas é a participação do público externo e da torcida, era nítido a satisfação e importância do FUC, o quanto levavam a sério o evento”, comenta o professor do curso de Música Rafael Salgado.

A atual edição oferecerá R$ 32 mil reais em prêmios, divididos em seis categorias: melhor canção popular, melhor canção de câmara, melhor intérprete, compositor revelação, melhor poesia original e melhor construção melódico harmônica.

“Espero que o FUC tenha um olhar de resistência cultural, artística e social, que traga análise dessas relações, questões sociais, ecológicas, políticas, econômicas, sanitárias, todas essas crises que estamos atravessando. Espero ver na produção das músicas do FUC essa preocupação presente, que é isso que traz legitimidade a um evento como este”, relata o professor do curso de Música Evandro Higa.

 

Memórias do FUC

A primeira edição do FUC foi realizada em 1988 e a segunda edição em 1989, na época o Teatro Glauce Rocha estava em reforma. O projeto nasceu na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, onde o coordenador de cultura da época, Candido Alberto da Fonseca escreveu diversos projetos de cultura, que saíram do papel quando Maria da Glória Sá Rosa assumiu a direção da coordenadoria de cultura e executou os projetos, incluindo o FUC.

As duas primeiras edições aconteceram no Teatro Dom Bosco por meio de parceria, na época, com os salesianos. “Os alunos participavam muito, na época todos se envolviam, era maravilhoso, os alunos iam no núcleo de informática e pegavam sacos e mais sacos de sobras de papel e usavam como se fosse confete, deixava o teatro Dom Bosco imundo, mas depois era limpo”, lembra a ex-coordenadora do FUC Marineide Cervigne.

O festival não ocorreu dos anos 1989 a 1993, porém, com a reabertura do Teatro Glauce Rocha a terceira edição do FUC foi realizada em 1994. Na época, as apresentações no evento eram específicas para estudantes universitários da UFMS, posteriormente foram abertas para técnicos e professores.

De acordo com Marineide Cervigne, a mudança foi realizada nas primeiras edições do festival. “Era uma integração absoluta entre toda comunidade universitária, isso foi fantástico, todas as áreas participavam, um aluno de física escrevia a música, o de biologia cantava e o de engenharia tocava guitarra. A integração entre os diversos cursos da universidade e os três segmentos sempre foi o principal objetivo do festival”, conta.

Vários artistas passaram pelo evento, a exemplo de Gabriel Sater, Maria Alice, Vaticano 69, Carlos Lima e muitos outros. Segundo Marineide, o corpo de jurados era composto por cinco pessoas, sendo um jornalista, da TV ou do jornal, pelo menos dois professores do curso de música da UFMS e pelo menos dois músicos, que geralmente faziam a apresentação de encerramento daquela noite.

“Uma lembrança que tenho é que gostava que quando os alunos chegassem no Teatro Glauce Rocha fossem considerados estrelas da noite, cuidávamos do cenário, som de qualidade. Eles tocavam em som de menor qualidade, nos quartos, e ali não, era som de primeira, alugávamos bateria maravilhosa, alunos de artes ajudavam nos cenários, passávamos madrugadas antes do festival trabalhando com dedicação. Lembro da alegria e felicidade deles”, relembra Marineide.

 

50 anos do Teatro Glauce Rocha

O Teatro Glauce Rocha, palco de grandes apresentações culturais e artísticas para o Estado de Mato Grosso do Sul, foi inaugurado em 1971, ainda como parte da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT), e nomeado a partir de uma homenagem póstuma à atriz campo-grandense Glauce Rocha, que faleceu no mesmo ano.

Inicialmente, conhecido como Teatro Popular Universitário, a primeira área escolhida para sua construção foi na extremidade do corredor que ligava o antigo Centro de Ciências Humanas Sociais (CCHS) e o Centro Tecnológico. Entretanto, o espaço não suportava a estrutura planejada junto com um estacionamento nas devidas proporções. Foi, então, que o arquiteto Armênio Arakelian assumiu o projeto, reformulando-o adequadamente no espaço atual de 2,1 mil metros quadrados. O intuito era construir um teatro com 821 lugares, palco elevado, camarins, casa de projeção, salas de recepção e um amplo hall na entrada.

Depois da inauguração, além das cerimônias de colação de grau dos acadêmicos da Universidade e das escolas na cidade, e espetáculos culturais, a casa foi sede para diversos eventos importantes, como a 26ª Reunião Plenária do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e a 1ª Orquestra Sinfônica de Campo Grande. Centenas de peças e espetáculos abrilhantaram o teatro. Subiram ao palco grandes personalidades como Milton Gonçalves, Dercy Gonçalves, Paulo Autran, Joana Fomm, Chico Anysio, Marília Pêra e Almir Sater, na abertura da 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 2019. Todos os cartazes das apresentações estão expostos na sala de apoio, como uma coleção de memórias do local.

Texto: Bianca Tobin, com informações de arquivo do Teatro Glauce Rocha